O ceratocone é uma doença que acomete o adolescente ou adulto jovem e se caracteriza por um afinamento e encurvamento progressivo da córnea. Ceratocone é uma palavra que deriva de Cerato, que significa córnea, e Cone, daí o significado da doença: córnea em forma de cone. O perigo para o paciente é que quanto mais precoce o aparecimento da doença, mais rápida será a sua evolução e maior o risco de necessitar de transplante de córnea.
A história típica do paciente portador de ceratocone é a de esfregar muito os olhos por causa de coceira, necessidade de trocas frequentes de grau de óculos, que passam a ser insuficientes para melhora da visão, até que haja necessidade de lentes de contato para obter uma boa visão, mas que, mesmo as rígidas, não impedem a progressão da doença.
Podemos classificar o cone em quatro graus evolutivos, de acordo com a severidade da doença. Assim nos estágios iniciais não existem alterações ao exame clínico (biomicroscopia), já pode ocorrer baixa da acuidade visual e dificuldade na escolha de grau de óculos. As alterações precoces, só são detectadas através de exames específicos de medida da curvatura da córnea (Topografia e/ou Tomografia). Nos estágios mais avançados, as alterações são evidentes e consistem no afinamento da córnea, aparecimento de estrias profundas e opacidades superficiais com consequente baixa acentuada da acuidade visual. A visão só é possível com lentes de contato que, dependendo da evolução, não se fixam mais nos olhos.
De acordo com a dra. Ana Cristina Vendramini, em pacientes iniciais, a visão pode ser corrigida com óculos ou lentes de contato rígidas ou até mesmo gelatinosas. Caso haja evidência de progressão da doença e/ou intolerância ao uso de lentes de contato, é indicado o implante do Anel de Ferrara. "Nós somos pioneiros na cirurgia de implante do Anel de Ferrara, aqui em Belém do Pará, desde 2003. O implante é uma técnica cirúrgica rápida, segura, indolor sob anestesia local com instilação de colírio anestésico e sem risco de rejeição", explica.