O Glaucoma é uma doença ocular causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular que provoca lesões no nervo ótico e, como consequência, o comprometimento visual. O Glaucoma provoca a destruição progressiva do nervo óptico ? as células neurais responsáveis pela captação das imagens na retina e transmissão delas para o cérebro. Se não for tratada de forma adequada, a doença pode evoluir para a cegueira irreversível.
A lesão das fibras ópticas devido ao aumento da pressão intraocular é a principal causa do glaucoma. Esse aumento de pressão ocorre pelo bloqueio da drenagem ou pelo excesso de produção de líquido que preenche a cavidade ocular, chamado de humor aquoso. Apesar dessa explicação, há relatos de pessoas com glaucoma com pressão intraocular normal e pessoas com pressão intraocular elevada sem glaucoma, o que mostra que outros mecanismos podem estar envolvidos no surgimento da doença.
A pressão ocular (pressão interna do globo ocular ou tensão ocular) deve manter-se dentro de determinados limites, à volta dos 15 mm Hg (pressão normal do olho) embora possa oscilar entre os 10 e 22 mm Hg (valores limite), sendo uma condição essencial para garantir o correto funcionamento do olho.
É muito importante que você fique atento aos primeiros sinais. Se você vem observando algum desconforto visual ou apresenta alguns destes fatores de risco, visite o oftalmologista regularmente: idade acima de 50 anos, pressão ocular aumentada, história familiar de glaucoma, enxaqueca, miopia grave, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, hipotensão arterial noturna, hipertensão arterial, uso de colírios sem prescrição médica, apneia do sono, ou outras doenças e inflamações oculares.
Sintomas
Os sintomas do Glaucoma podem variar de acordo com o tipo de doença. Assim, se a sua queixa é sobre o surgimento súbito de manchas e pontos luminosos na visão associados a dor de cabeça, enjoo, vermelhidão ocular e vista embaçada, pode ser Glaucoma de Ângulo Fechado.
O Glaucoma de Ângulo Aberto, tipo mais comum, apresenta relatos de perda da visão periférica e o desenvolvimento de uma visão tubular, na qual o paciente só enxerga o que está posicionado à frente dos olhos. Assim, as queixas mais frequentes são tropeções, dificuldade para dirigir e esbarrões em cadeiras e pessoas.
O Glaucoma Congênito, de causa hereditária. Ele é identificado quando a criança apresenta um reflexo esbranquiçado no olho em fotos com flash, olhar sem brilho, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e aumento do volume ocular, podendo ficar cega nos primeiros meses de vida.
O Glaucoma Secundário provoca sintomas de um glaucoma de ângulo fechado ou de ângulo aberto, dependendo do tipo de doença de base e da forma como ela progride.
Diagnóstico
A única forma de descobrir se você tem glaucoma é indo ao oftalmologista e passando por um exame ocular. O médico irá medir a pressão dentro do olho (tonometria), avaliar o nervo óptico no fundo do olho e solicitar outros exames que avaliam seu campo visual e o funcionamento dos canais de circulação do humor aquoso.
No caso do glaucoma congênito, o diagnóstico é feito no teste do olhinho, logo nos primeiros dias de vida. Nesse teste, o médico joga uma luz sobre os olhos da criança e tenta observar um reflexo avermelhado ou alaranjado no fundo dos olhos da criança. Quando o glaucoma está presente, esse reflexo é mais azulado.
Tratamento
O tratamento do glaucoma visa reduzir a pressão intraocular para proteger as fibras do nervo óptico e estabilizar a progressão da doença. Isso significa que o tratamento não consegue reverter os danos que já ocorreram à visão, mas consegue estagnar a evolução da doença e impedir a cegueira se realizado no tempo certo.
Para manter o glaucoma sob controle, o paciente deve realizar aplicações diárias de colírios e realizar um acompanhamento oftalmológico adequado.
Quando os colírios não são suficientes, é possível realizar uma cirurgia chamada de trabeculectomia (ou trabeculoplastia, quando feita a laser), na qual uma porção do olho chamada de trabécula é retirada para facilitar a drenagem do humor aquoso.
Para o tratamento do glaucoma de ângulo fechado, algumas medidas diferentes são necessárias. Como o aumento de pressão intraocular é muito abrupto, é realizado um tratamento mais intensivo com medicamentos orais e venosos, além dos colírios, para resolver o problema. Existem alguns tipos de cirurgia de glaucoma capazes de amenizar o problema, como a Trabeculoplastia, Trabeculectomia e Implante de Tubos de Drenagem. Mas, é importante passar por uma avaliação oftalmológica detalhada para saber qual é o método mais recomendado para cada caso.
Prevenção
Não é possível prevenir o surgimento do glaucoma, mas sim evitar a progressão da doença e prevenir sua evolução para cegueira. Para isso, qualquer pessoa com fatores de risco ou história familiar para a doença deve realizar um acompanhamento regular com o oftalmologista de forma a ser diagnosticado e tratado precocemente.
Se você já observou algum desconforto visual, agende uma consulta. Após criteriosa avaliação, vamos encaminhar o melhor tratamento para devolver a saúde dos seus olhos e a sua qualidade de vida.
Fonte: Unimed